Vencedores do Prémio em 2014
Tivemos doze vencedores excecionais do Prémio Lush 2014, provenientes de dez países e cinco continentes.
Prémio de Ciência
Anualmente, são atribuídas 50 000 libras ao melhor projecto nomeado que faça uso dos métodos de Toxicologia do Século XXI para trabalhar no sentido da substituição de animais em testes de segurança.
Professor Roland Grafström e Dr. Pekka Kohonen do Intituto Karolinska, Suiça (50 000 libras)
http://ki.se/en/imm/startpage
O Karolinska Institute (KI) (Instituto Karolinska) é o maior centro de ensino e pesquisa médica na Suécia e casa do Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina. O KI é constituído por 22 departamentos e 600 grupos de pesquisa dedicados a melhorar a saúde humana através da investigação e do ensino superior.
O laboratório Grafström está localizado no Instituto de Medicina Ambiental e é um dos maiores departamentos de investigação do KI. A equipa desenvolveu uma abordagem inspirada na Toxicologia do Século XXI para substituir os testes de toxicidade em animais com a análise de dados de culturas de células humanas expostas a agentes tóxicos.
Há décadas que a combinação da análise in vitro (tubo de ensaio) e in silico (computador) tem sido o foco do laboratório Grafström. Este trabalho foi recentemente expandido juntamente com o projecto Pan-Europeu SEURAT-1 (‘Safety Evaluation Ultimately Replacing Animal Testing’) (“Avaliação de Segurança para Finalmente Substituir os Testes em Animais”), visando, em última instância, substituir os testes de toxicidade por dose repetida com a análise rica em dados de modelos de cultura de células.
O papel da equipa de Kohonen / Grafström tem sido o de orientar o armazenamento de dados-chave dentro de um subprojecto chamado “ToxBank”.
“Nós estamos muito orgulhosos e gratos de termos vencido o Prémio Lush. O nosso laboratório está a trabalhar no conceito de Tox-21, que combina o trabalho de culturas celulares como uma alternativa para animais com uma grande análise de dados.”
Prémio Consciencialização Pública
Anualmente, são atribuídas 50 000 libras aos melhores projectos de informação pública sobre testes em animais para produtos não medicinais realizados em todo o mundo.
Vencedor 1: Taiwan Society for the Prevention of Cruelty to Animals (TSPCA) (Sociedade de Taiwan para a Prevenção da Crueldade contra os Animais) (25 000 libras)
www.spca.org.tw
A questão dos testes em animais para cosméticos não é bem conhecida pelo público de Taiwan.
A campanha “Be Cruelty-Free Taiwan” (“Taiwan Liberta-te de Crueldades”) da “Taiwan Society for the Prevention of Cruelty to Animals (TSPCA)” (Sociedade de Taiwan para a Prevenção da Crueldade contra os Animais) foi lançada em Março de 2014 e visa aumentar a consciencialização do público para o problema, ao mesmo tempo que insiste na proibição legislativa.
Com vista a anunciar o lançamento da campanha, a TSPCA enviou para as ruas de Taipei uma “equipa de coelhos de rua” para distribuir panfletos e cenouras gratuitamente, espalhando a mensagem sobre as crueldades dos testes em animais para cosméticos e o motivo pelo qual a proibição legislativa é crucial. Criaram uma rubrica educativa no site deles que inclui um guia de compras.
Em Junho, a TSPCA fez uma conferência de imprensa para anunciar que iam trabalhar com o legislador Wang Yu Min na elaboração de um novo projecto-lei para terminar com os testes em animais para cosméticos em Taiwan. Wang faz parte do comité governamental responsável por interpretar os projectos-leis relacionados com a indústria dos cosméticos. Outros dos participantes foram bloggers, dois vereadores municipais e a top-model Patina Lin.
A TSPCA visa promover a bondade, evitar a crueldade e aliviar o sofrimento dos animais em Taiwan através de todos os meios legais e isso irá ser conseguido através da educação, campanhas e lobbying, investigação da crueldade e realojamento. O prémio foi recebido por Beki Hunt e Connie Chang.
“O Prémio Lush dá uma quantia generosa de dinheiro para grupos e indivíduos que estão a fazer um ótimo trabalho a tentar terminar com os testes em animais. Tanto o reconhecimento como a doação que vem conjuntamente com o ser um vencedor do prémio faz com que seja um dos prémios mais celebrados. Eu espero que mais pessoas fiquem envolvidas e participem na luta para terminar os testes em animais e celebrar os esforços que estão a acontecer à volta do mundo.”
Vencedor 2: Humane Research Australia (25 000 libras)
www.humaneresearch.org.au
A Pesquisa Humana Austrália é uma organização sem fins lucrativos que desafia a utilização de animais na pesquisa e promove métodos de pesquisa sem animais, cientificamente válidos.
Em parceria com a Campanha da HSI Liberte-se da Crueldade que obteve apoio dos Verdes com a introdução de um projeto de lei para membros privados para terminar com os testes cosméticos em animais e uma consulta pública pelos Trabalhistas. A HSI acredita que a Austrália está mais perto de conseguir implementar uma proibição desta prática cruel e desnecessária.
O Prémio foi aceite pela Helen Marston.
“O Prémio Lush não somente providenciou reconhecimento pelo trabalho que o nosso grupo fez mas também assistiu em sermos mais fortes para as nossas campanhas futuras. Foi um grande incentivo financeiro e deu-nos a confiança que existe um apoio empresarial para um assunto ético muito importante, apesar dos interesses instituídos que confrontamos diariamente”.
Prémio de Formação
Anualmente, são atribuídas 50 000 libras a dois dos melhores projectos destinados à formação de alunos, investigadores e cientistas sobre métodos não-animais.
Vencedor 1: “Africa Network for Animal Welfare” (Rede de África para o Bem-Estar dos Animais), Quénia (25 000 libras)
www.anaw.org
A “Africa Network for Animal Welfare (ANAW)” (Rede de África para o Bem-Estar dos Animais) foi criada em 2006 como uma Organização Não-Governamental Pan-Africana.
Está registada ao abrigo das disposições da Lei de Coordenação das Organizações Não-Governamentais (Non-Governmental Organisations Co-ordination Act) da legislação Queniana e tem como missão trabalhar em conjunto com as comunidades, governos e outras partes interessadas no bem-estar dos animais, promovendo o tratamento digno de todos os animais em África.
Em Setembro de 2009, a ANAW realizou uma conferência com vista a apresentar e informar os interessados sobre alternativas ao uso de testes em animais. Os participantes representavam várias instituições de ensino, representantes governamentais e associações profissionais. As conclusões foram que os dados sobre o número de animais utilizados em testes era deficiente devido à falta de um procedimento de notificação padrão, o uso local de alternativas foi limitado devido à falta de informação e mais formação sobre alternativas seria favorável à sua adopção nas escolas.
Desde então, a ANAW realizou vários estudos de base para fornecer dados que informem a campanha. Desde 2010 até à data, a ANAW tem envolvido alunos e funcionários em várias instituições de ensino superior, incluindo na Universidade de Nairobi, Universidade Baraton e Universidade Kenyatta. A abordagem tem consistido principalmente em discussões, debates, sessões de formação prática e manifestações tipo seminários sobre alternativas aos testes em animais. O objectivo final deste projecto é a reposição ou a substituição dos animais utilizados no ensino / formação com modelos não-animais.
Vencedor 2: Professor Ovanes Mekenyan, Laboratory of Mathematical Chemistry, Bulgária, (25 000 libras)
www.oasis-lmc.org/
O Laboratório de Matemática Química (LMC)” foi estabelecido a 30 anos atrás, em Burgas, Bulgária dentro da universidade ‘Prof. Dr. Asen Zlatarov’.
Hoje em dia o laboratório é um dos laboratórios mais influentes de modelagem molecular no mundo inteiro.
A LMC coordena os esforços de mais de 40 químicos, bioquímicos, fisicistas, matemáticos, estaticistas e engenheiros de software para preverem as propriedades biológicas e toxicológicas de compostos químicos também como a simulação de metabolismo.
A LMC está presentemente envolvida num número de projetos integrados da UE e em serviços de avaliação de risco químico de silício providenciado para indústrias químicas e cosméticas, também como as agências regulatórias da Alemanha, França, EUA, Canada, Japão, Austrália e outros. As atividades de pesquisa na LMC são baseadas em ciência académica, mas o seu ponto principal é trazer os produtos científicos para o mercado e investir uma parte do seu rendimento na pesquisa inovadora.
O Prémio foi aceite pelo Professor Ovanes Mekenyan.
Prêmio Lobbying
Intervenções politicas que promovem a utilização de alternativas.
Vencedora 1: Center for Alternatives to Animal Testing, Alemanha (25 000 libras)
http://cms.uni-konstanz.de/leist/caat-europe/
O Centro de Alternativas aos Testes com Animais (CAAT-Europe), na Universidade de Konstanz (Alemanha), reúne os representantes da indústria, autoridades reguladoras e académicos para irem ao encontro de alternativas relevantes a humanos em vez de testes em animais.
A visão do CAAT-Europe é ser uma força liderante no desenvolvimento e na utilização de alternativas de redução, aperfeiçoamento e substituição (3Rs) na pesquisa, testes e educação. A meta é para poder proteger de uma melhor forma a saúde humana e o bem-estar dos animais.
“Nós gerimos dois centros em ambos os lados do Atlântico sobre alternativas para testes em animais e o desenvolvimento dessa ciência e esta é a razão pela qual este prémio é muito útil”.
Vencedora 2: New Zealand Anti-Vivisection Society, Nova Zelândia (25 000 libras)
www.nzavs.org.nz
A “Sociedade de Vivissecção da Nova Zelândia” (NZAVS) é um grupo de campanhas que é contra quaisquer testes em animais. Consegue alcançar isto através de pesquisa, educação, consciencialização pública e grupos de pressão políticos.
Assim como com a campanha principal e o sucesso com os testes de drogas legais, a qual revelou os propostos testes de drogas legais em animais, continuaram as campanhas até todos os testes em animais terem sido proibidos por lei – também fizeram outras campanhas públicas de consciencialização a nível nacional.
O Prémio foi aceite por Stephen Manson.
“Ganhar o Prémio Lush permitiu a nossa expansão e o planeamento de novas campanhas para terminar com os testes em animais que de outra forma não teria sido possível alcançar”.
Prémio Jovem Investigador
Anualmente, são partilhadas 50 000 libras entre quatro ou cinco estudantes do pós-doutoramento a especializarem-se na investigação para substituição dos testes em animais.
Vencedor 1:Róber Bachinski. Universidade Federal Fluminense, Brasil
Róber Bachinski é biólogo e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ciência e Biotecnologia (PPBI) da Universidade Federal Fluminense do Brasil. Começou por investigar alternativas aos testes em animais na educação e formação enquanto estudante da licenciatura.
No seu doutoramento, Róber está a desenvolver a investigação sobre modelos de cultura de células tridimensionais (3D), modelos para neurotoxicologia e neurofarmacologia e alternativas para o uso na educação científica.
Desde que os testes em animais foram integrados no currículo da licenciatura, ele foi o primeiro aluno no Brasil a fazer uso jurídico para usar de objecção de consciência. Róber participa na 1R Net (www.1rnet.org), prestando informações a alunos e professores sobre alternativas aos testes em animais na educação, ética animal e objectores de consciência, através de consultas e conferências no Brasil e noutros países da América-Latina.
Róber trabalha na Unidade de Pesquisa Clínica da Universidade Federal Fluminense do Brasil e com o “Center for Alternatives to Animal Testing (CAAT)” (Centro de Alternativas aos Testes em Animais) dos Estados Unidos. Colabora também com a “National Network on Alternatives – RENAMA” (Rede Nacional de Métodos Alternativos) e a organização “Latin-Iberoamerican Network on Alternatives” (Rede Latino-Iberoamericana de Alternativas).
Vencedora 2: Thit Aarøe Mørck. University of Copenhagen, Dinamarca
Thit Aarøe Mørck faz parte do grupo de pesquisa do Professor, PhD Lisbeth E. Knudsenno do Departamento de Saúde Pública, na Faculdade de Saúde e Ciências Médicas da Universidade de Copenhaga na Dinamarca.
O foco principal da pesquisa é a exposição humana a produtos químicos ambientais, com uma ênfase especial durante os períodos de alta sensibilidade da gravidez e infância. Este assunto está a ser investigado através de biomonitorização onde recolhe amostras (urina, sangue, sangue do cordão umbilical, cabelo) e analisa a matriz recolhida dos biomarcadores entre exposição e efeito.
Os dados acerca de grupos individuais de produtos químicos foram analisados e publicados, mas o dinheiro do prémio Lush para Jovens Investigadores irá possibilitar a análise de dados da frequência de micronúcleos e da atividade de dioxinas em relação a todos os biomarcadores de exposição que foram medidos e possíveis fontes de exposição e comportamentos de risco numa grande análise estatística agregada.
Vencedor 3: Dr Henrik Johansson. Lund University, Lund, Suécia
O projeto pelo qual o Dr. Johansson foi premiado para o Prémio de Jovem Investigador do Prémio Lush descreve o desenvolvimento e a utilização do novo método de teste GARD – Rápida Deteção de Alergénico Genómico, um ensaio para avaliar sensibilizadores químicos. GARD utiliza um modelo in vitro das chamadas células dendríticas, um interveniente crucial no sistema imunitário humano.
Estas células são estimuladas com quaisquer substâncias a serem testadas e a seguir a uma incubação de 24 horas o material genético das células é isolado. Ao medir um certo tipo de genes nas células, que pode ser visto como interrutores de ligar/desligar uma resposta imunitária, o risco eventual da capacidade das substâncias testadas para induzir alergia poderá ser previsto.
Vencedora 4: Anne Krug. University of Konstanz, Alemanha
O projeto de Anne Krug mede os neurónios humanos, os quais são tratados com tipos diferentes de substâncias, para avaliar se estes têm um impacto negativo no crescimento de neurites. Se for esse o caso as substâncias serão seguidas com experiências ómicas, onde o conjunto completo de genes ativos ou reações bioquímicas poderão ser analisadas.
O seu projeto combina um ensaio de rastreio de rendimento elevado com tecnologias de pesquisa avançadas. Providencia testes toxicológicos sem animais de uma forma barata e eficaz para identificar neurotóxicos putativos de desenvolvimento e para entender os mecanismos tóxicos subjacentes.
Vencedor 5: Jonathan Nicolas. Division of Toxicology/RIKILT Institute of Food Safety, Wageningen University and Research Centre, Holanda
O Centro de pesquisa da Universidade de Wageningen (Wageningen UR) é uma colaboração entre a Universidade de Wageningen e diversos institutos. Entre estes institutos o RIKILT (instituto de segurança alimentar) tem a responsabilidade de assegurar que a comida é segura e autêntica.
Além do Laboratório Nacional de Referência Holandês para controlar resíduos e contaminações na comida e na alimentação para animais, o RIKILT é um Laboratório Europeu de Referências para domínios analíticos específicos.
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